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Sauterelle - o primeiro calibre de manufatura Chronoswiss

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O Sauterelle e o primeiro calibre de manufatura Chronoswiss


Grandes eventos costumam ser anunciados com antecedência, como prova o espetacular anúncio em Baselworld 2008 de que a Chronoswiss estaria produzindo seus próprios movimentos dentro de dois anos. O ano de 2009 já vê Gerd-Rüdiger Lang fazendo de sua promessa uma realidade. O Sauterelle é o primeiro modelo da marca com um calibre de fabricação própria — “Made in Germany.” Com isso, a Chronoswiss faz uma clara distinção entre os calibres históricos e limitados utilizados até agora e o Sauterelle, um desenvolvimento completamente novo que representa o seu primeiro passo para se tornar uma verdadeira manufatura.


Paixão pela relojoaria mecânica

Gerd-Rüdiger Lang e sua Chronoswiss foram pioneiros no renascimento do relógio mecânico ocorrido na década de 1980. Numa época em que a tecnologia a quartzo dominava, os mecanismos mecânicos eram desprezados e as ferramentas utilizadas para produzi-los destruídas, Lang adquiriu grandes lotes de movimentos de marcas como Marvin e Enicar, com a clara intenção de perpetuar sua paixão pela relojoaria mecânica.

A Chronoswiss surgiria em 1983. Ao contrário de muitas marcas que vieram ao mundo na época, Lang não se apropriou de um nome esquecido do passado e adicionou um “desde 1xxx”. Também seguindo contra a corrente, apesar de utilizar apenas mecanismos bastante modificados e exclusivos, sempre dispensou o rótulo de manufatura.

Este agora chega por merecimento, com o lançamento do Calibre C.70/C.71, um movimento de grandes dimensões, com diâmetro de 37,3 mm e altura de 6,38 mm, provido de 31 rubis.


Chronoswiss, “Made in Germany”

O curioso é o fato da Chronoswiss, que traz a Suíça em seu nome e sempre utilizou mecanismos suíços, se tornar uma legítima Manufatura com um calibre “Made in Germany”... Isto se deve, é claro, ao fato da empresa estar sediada em Munique, Alemanha.

O novo calibre está presente não apenas em um relógio, mas sim em dois modelos, deixando o conhecedor na difícil situação de ter que escolher. O Sauterelle está disponível tanto como um clássico relógio com três ponteiros (com mostrador preto ou branco) ou com um incomum mostrador regulador que é reminiscente das origens da marca.

“Ooops! O que há de errado com aquele ponteiro de segundos?” Esta expressão de surpresa poderia surgir daqueles que lançassem um olhar precipitado no novo relógio da Chronoswiss. Teria Gerd-Rüdiger Lang jogado ao mar seus nobres princípios? Teria ele virado as costas ao “fascination of mechanics” que tem sido celebrado com grande sucesso pela Chronoswiss por mais de 25 anos? É resultado da crise financeira, que o forçou a utilizar calibres eletrônicos que mestres relojoeiros sempre execraram em sua paixão pelo clássico tique-taque dos movimentos mecânicos? Naturalmente, nenhuma dessas suposições é verdadeira; a Chronoswiss ainda se apega ferreamente aos seus princípios. Contudo, para esclarecer quaisquer possíveis mal-entendidos é melhor explicar: muito embora a mais nova criação que emerge das oficinas da Chronoswiss chame a atenção pelo seu ponteiro de segundos centrais com salto preciso, um quartzo oscilante não irá obscurecer esta distinta criação da Chronoswiss. Tudo é — e assim deve continuar — puramente mecânico.

No novo Sauterelle, uma palavra que significa “gafanhoto” em Português, o enorme balanço com torque variável e acompanhado de uma espiral “overcoil” Breguet completa 18.000 semi-oscilações por hora (2,5 Hz) — como nos velhos e bons tempos. Diante do ritmo frenético de nossa era poderíamos dizer que esta hábil desaceleração realmente tem muito em comum com Gerd-Rüdiger Lang, de quem se pode dizer que é calma e tranquilidade a toda prova. Um ponteiro de segundos convencional mover-se-ia à frente em lentos passos de um quinto de um segundo; o fato de que esse ponteiro marcha apenas uma vez por segundo com majestosa precisão deve-se à sofisticação do movimento, que foi desenvolvido em cooperação com o técnico relojoeiro Karsten Frässdorf, da Fabrication de Montres Normandes. Seu funcionamento básico é semelhante ao de qualquer outro calibre mecânico exceto pelo fato dele possuir um pequeno trem de engrenagens adicional, cuja grande âncora e roda de escape que a acompanha são exibidas de forma destacada na sua parte traseira. Ele conta cinco semi-oscilações do balanço solidário a uma pequena mola, a qual apenas então permite que o ponteiro de segundos faça seu salto preciso para a próxima marca divisória na correspondente escala ao redor de um mostrador extraordinariamente limpo, que porta idêntica numeração à da caixa e à do movimento.


Uma complicação rara em relógios de pulso

Como não poderia deixar de ser, foi de grande importância durante a fase de concepção deste notável relógio um olhar para o passado. Relógios de bolso com segundos saltantes, conhecidos no linguajar relojoeiro como ”seconde morte”, existem desde o final do século XVIII. Este sistema também pode ser encontrado em relógios de pulso: durante a segunda metade dos anos 1940, o fabricante de bases de movimentos Ébauches Chézard desenvolveu uma família de calibre de 11½ linhas cuja principal característica era os segundos saltantes. Este “dispositivo para mover o ponteiro de segundos de um movimento de relógio em etapas” foi patenteado na Alemanha em 3 de Junho de 1949. O ébauche estava disponível em duas diferentes versões por volta de 1955, seguido mais tarde por uma versão simplificada.

O desenvolvimento acima mencionado e o novíssimo calibre de manufatura da Chronoswiss são, contudo, mundos à parte, tanto tecnicamente como em relação à sua produção. Este mais novo membro da família Chronoswiss é, depois de tudo, tecnologia em estado de arte, e como sempre, conceitos de design transmitidos ao longo dos anos seguem lado a lado com interessantes inovações relojoeiras. O fascinante mecanismo de segundos saltantes pode certamente ser considerado como uma inovação e também como uma complicação: o controle ocorre com a ajuda de uma mola com tensão de fácil ajuste inicial, e devido ao fato de sua construção ser tão bem pensada, não apresenta “soluços” ou o “galope” frequentemente observado na marcação de movimentos antecessores.

A facilidade de manutenção era algo de grande importância, e a esse respeito a Chronoswiss teve uma ideia engenhosa: o Sauterelle tem uma área de armazenamento de peças de reposição integrada localizada no interior do movimento, entre a ponte do tambor e a ponte da terceira roda. O movimento foi projetado para ser especialmente durável, com engrenagens cicloidais, energeticamente mais eficientes e com menor desgaste, e pinhões fabricados com aço endurecido (dureza Vickers de aproximadamente 630). Outros elementos para redução da fricção incluem engrenagens fabricadas em bronze endurecido com berílio (aproximadamente 380 na escala Vickers). A expressiva eficiência energética do conjunto permite o emprego de uma mola principal mais delicada, resultando em menor pressão e fricção nos suportes dos pivôs e em menor desgaste geral. Com respeito à mola principal, um tipo especial foi utilizado que não pode ser liberado excentricamente.

Como as fitas da mola não raspam uma contra a outra, a energia armazenada para o trem de engrenagens pôde mais uma vez ser reduzida em dez por cento. Pivôs cônicos para a âncora e roda de escape bem como rubis convexos especialmente cortados também reduzem a fricção que é tão prejudicial ao movimento de um relógio. Diferentemente de escapamentos largamente utilizados hoje em dia, o clássico escapamento de âncora Suíço tem um ângulo de impulso de apenas 42 graus, o que permite o uso de paletas mais largas, resultando em uma transferência de energia mais uniforme e um caminho mais longo.

A despeito de seu considerável diâmetro de 16 mm, a roda do balanço é surpreendentemente leve, com uma massa inercial de 108 mgmm². Um balanço de mesmo tamanho vibrando a uma frequencia de 28.800 vph exigiria aproximadamente cinco vezes mais energia para realizar a mesma tarefa. Não é possível mover os parafusos de regulação acidentalmente porque eles estão fixados por pressão, e juntamente com quatro parafusos menores, são aerodinamicamente cravados na lateral do balanço. A espiral Straumann-Breguet — bastante rara nos dias de hoje — oscila de forma absolutamente livre, resultando em uma precisão extremamente alta. O órgão regulador não possui índex e seu ajuste ocorre através do torque ajustável do balanço. A reserva de marcha é de sessenta horas.

De acordo com o tradicional artesanato relojoeiro, os parafusos são todos polidos e não galvanizados. Para assegurar um ajuste mais acurado de altura e retenção de óleo, os suportes para a roda de escape, âncora e balanço têm rubis de cobertura.


Um grande passo para a Chronoswiss

Com o movimento a corda manual de manufatura Calibre C.70/C.71, a Chronoswiss deu uma nova face à valiosa commodity do tempo e alcançou um marco no caminho para se tornar uma manufatura. O movimento como um todo irradia tradição e precisão no artesanato, como evidenciado pela visão através do fundo em cristal de safira da generosa caixa de 44 milímetros, disponível no aço purista ou no elegante ouro vermelho. Em cada tique, o Sauterelle mostra a que veio — um importante avanço para a Chronoswiss, que assim ao mesmo tempo ilumina seu caminho e prova sua coragem empreendedora.


Chronoswiss Sauterelle

Versão com três ponteiros centrais (Sauterelle 70):
€ 12.400 - em aço / € 19.400 - em ouro vermelho

Versão com mostrador regulador (Sauterelle 71):
€ 13.900 - em aço / € 20.400 - em ouro vermelho




Publicado originalmente na Revista Pulso no. 62, Maio/2009
 
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