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Stefano Macaluso
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Stefano, com seu irmão Massimo, e Luigi Macaluso
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O "Constant Escapement"
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Edição Limitada Rali de Monte Carlo lançada em 2007
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Girard-Perregaux na America's Cup com o BMW Oracle Racing
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O Cat's Eye, um grande sucesso entre o público feminino
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BMW Individual Girard-Perregaux
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Interior do BMW Individual Girard-Perregaux
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Interior da boutique de Gstaad

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Entrevista com o Vice-Presidente, Stefano Macaluso

terça-feira, 15 de julho de 2008

Stefano Macaluso é um arquiteto apaixonado por design. Filho de Luigi “Gino” Macaluso, CEO da Girard-Perregaux, ocupa atualmente o cargo de vice-presidente da tradicional manufatura suíça.

Durante o SIHH 2088, Stefano nos recebeu no stand da Girard-Perregaux para uma entrevista exclusiva.





R&R: Como o Senhor descreveria seu trabalho na Girard-Perregaux?

SM: Estou envolvido em três atividades principais: a primeira é o projeto de relógios – eu colaboro com nossa equipe de projetistas para criar novos modelos, outra atividade é o desenvolvimento e a estratégia dos movimentos; eu não sou um relojoeiro, mas certamente para nós o ponto mais estratégico é o movimento, então toda a empresa está diretamente envolvida com este tipo de questão; antes de tudo, devo dizer que sou um arquiteto e esta é a razão pela qual sou responsável pelas nossas boutiques e pelas vitrines de nossos revendedores ao redor do mundo. Este último ponto é estratégico para a promoção da marca, mas com certeza o núcleo de nosso negócio está baseado em design e movimento - à frente de tudo, o movimento.

A Girard-Perregaux é uma manufatura integrada, em um nível muito alto de integração, e isto significa que tudo na empresa gira em torno do movimento; o desenho, o desenvolvimento e a produção são totalmente feitos “in-house” e isto é o que realmente faz a diferença entre a Girard-Perregaux e a grande maioria das outras marcas; por outro lado o design também é extremamente importante – então outra das principais diretrizes da empresa é a perfeita relação entre o que está dentro, o movimento, e a sua parte externa. Esta é a razão pela qual despendemos tanto tempo para a criação de inúmeros protótipos e acompanhamos o desenvolvimento em detalhes. Nós tentamos criar tipos especiais de caixas e mostradores que devem se adequar perfeitamente ao movimento.


R&R: Como o Senhor descreveria a relação entre a Girard-Perregaux e outras empresas relojoeiras?

SM: Nossa política é desenvolver tudo o que pudermos internamente. Por exemplo, acabamos de lançar um desenvolvimento fundamental que é o “Constant Escapement”, no qual muito foi investido. Provavelmente ele estará disponível em um relógio “real” dentro de dois anos. Nós o apresentamos agora porque provamos que o conceito funciona, então as pessoas podem olhar para o protótipo e vê-lo como ele trabalha.

Ao mesmo tempo, penso que a manufatura não deve se isolar. Nós temos que ser orgulhosos, mas não arrogantes. Então penso que é muito bom podermos cooperar com marcas que podem nos trazer novas idéias, que também podem contribuir para nossa criatividade. É o caso dos poucos projetos em que estamos envolvidos com outros parceiros e este é o modo com gostamos de conduzi-los.

Nós fornecemos movimentos para a Harry Winston, Maximilian Büsser, para o Bvlgari Group, não à marca Bvlgari em si, mas a suas marcas irmãs, Daniel Roth e Gérald Genta.

Nós também fornecemos movimentos a quartzo para relógios femininos da Audemars Piguet.

Falando de forma geral, o interesse do Grupo Sowind, que é constituído pela Girard-Perregaux, Daniel JeanRichard e a Manufatura é o de fornecer de forma independente movimentos próprios para nossos relógios, mas certamente também podemos fornecer uma limitada parte de nossos movimentos para outras marcas que estão ligadas a nós por relações especiais de amizade.

Nosso principal negócio é produzir movimentos para nossas marcas. Mas, se temos boas relações com outras marcas, por que não cooperar com elas?


R&R: Girard-Perregaux tem uma ligação muito forte com o mundo dos esportes, especialmente corridas e iatismo. Quão importante é este fato para a empresa nos dias de hoje?

SM: Sim, isto continua sendo muito importante para nós, basicamente toda a minha família tem envolvimento com o automobilismo, meu pai foi um campeão de Rali na Europa durante os anos 1970, eu e meu irmão também competimos em Rali, então para nós, penso que está em nosso DNA. Carros e relógios realmente são o nosso mundo.

Por muitos e muitos anos temos estado conectados ao automobilismo. Hoje temos uma parceria com o Rali de Monte Carlo. Nós criamos para eles uma Edição Limitada. Mais tarde nos envolvemos diretamente com o iatismo devido a America’s Cup, que tem sido também uma grande experiência; penso que seja muito coerente com nosso ramo. É uma maneira muito interessante de treinar nossa equipe em uma diferente abordagem da comunicação. E também é muito interessante o contato com o iatismo pela tecnologia e pela competição em contato com a natureza. Então a marca tem desenvolvido, nos últimos 15 anos, parcerias com o iatismo em diferentes maneiras.


R&R: E sobre a parceria com a BMW? Eles lançaram um carro dedicado à Girard-Perregaux.

SM: É um projeto que desenvolvemos com eles. É uma idéia bastante especial, porque ao longo dos anos temos visto muitas marcas dedicando relógios a fabricantes de carros, e acho que esta foi a primeira vez que uma marca de carros dedicou um modelo a uma marca de relógios. Foi uma boa experiência, porque, primeiramente, nós somos loucos pelo desenho de carros.

Eu e meu pai nos envolvemos muito com design, e devido à nossa experiência com automobilismo, isto nos aproximou ainda mais. Nós contatamos a BMW pela primeira vez devido à America’s Cup e nós desenvolvemos de um modo bastante interessante um BMW 7 com motor de 12 cilindros e isto foi muito proveitoso, pois se de um lado a Girard-Perregaux é capaz de criar movimentos muito sofisticados para relógios, de outro a BMW faz o mesmo para carros. Então buscamos inspiração em nossas boutiques para o interior do carro. BMW e GP se uniram para desenvolvê-lo e agora o carro é normalmente usado por nossos convidados VIP. Ele é totalmente personalizado, muito bem acabado no interior e com um motor simplesmente sensacional. Foram produzidos dois ou três carros, e nos últimos meses eles os têm exibidos em salões de luxo e automóveis.

Para a BMW também foi muito interessante porque esta é uma excelente maneira de aperfeiçoar a confecção de algo especial para seus parceiros.


R&R: Voltando aos relógios, qual a proporção entre a venda de relógios Girard-Perregaux para homens e mulheres?

SM: Eu diria que, no momento, a mais importante tendência para a Girard-Perregaux é o crescimento do segmento para senhoras. Uma parte a quartzo, mas a maioria de relógios mecânicos. Em 2003, as vendas para mulheres estavam ao redor de 12%. Hoje, este número subiu para quase 30%. Isto significa que tem havido um aumento significativo no interesse por relógios mecânicos por parte das mulheres. A guinada se deu quando introduzimos nosso relógio Cat’s Eye, com um design bastante especial. Creio que as mulheres gostaram dele por ser um excelente relógio mecânico, com complicações, mas com um design muito feminino - foi um sucesso imediato. Inicialmente nos países orientais, depois nos ocidentais, agora está bastante equilibrado.


R&R: Vocês ainda produzem movimentos a quartzo para relógios masculinos?

SM: Gosto desta questão porque a Girard-Perregaux, antes de mais nada, foi a primeira empresa suíça, durante os anos 1960, a introduzir movimentos a quartzo. Na época, o quartzo não era percebido como um movimento barato, mas sim como uma novidade high-tech. Girard-Perregaux estabeleceu o padrão da freqüência utilizada hoje, por todas as marcas, em 1969. Basicamente nós ainda produzimos movimentos a quartzo, em sua grande maioria para relógios femininos, mas também para masculinos. No próximo ano, quando celebrarmos os quarenta anos do primeiro movimento a quartzo patenteado, provavelmente lançaremos um produto especial para celebrar.

Eu não espero uma grande produção de quartzo pela Girard-Perregaux, mesmo porque nossos movimentos têm o mesmo acabamento dos mecânicos, com Côtes de Genève, anglage, o que faz deles bastante caros, eles não têm o padrão chinês. Esta é a razão algumas marcas importantes como a Audemars Piguet têm interesse em nossos movimentos suíços manufaturados e muito bem acabados. Eu respeito o desenvolvimento deste segmento porque o quartzo ainda é apreciado por marcas importantes. Além disso, a produção de movimentos mecânicos é bastante limitada e a demanda está extremamente aquecida devido à entrada no mercado de alguns países nos últimos cinco, dez anos, de forma muito rápida.

Não falo especificamente sobre a Girard-Perregaux neste momento, mas algumas marcas topo de gama, e talvez também a Girard-Perregaux, decidirão pelo aumento da produção de relógios a quartzo de modo a suprir a demanda. Mas certamente nosso foco principal continuará no movimento mecânico porque esta é a nossa tradição e porque nossos clientes esperam de nós movimentos mecânicos.


R&R: O que o Senhor poderia dizer sobre o mercado brasileiro?

SM: Para nós, é um mercado tradicional porque a Girard-Perregaux iniciou suas exportações para a América do Sul e os dois principais mercados na época eram Brasil e Argentina. Nós ainda temos uma boa reputação no Brasil e lá podemos encontrar colecionadores muito sofisticados, então espero colher bons resultados no futuro.


R&R: O Senhor vê os impostos no Brasil como um problema para o crescimento da Girard-Perregaux?

SM: Certamente em alguns países, entre eles o Brasil, não temos uma situação muito boa em termos de impostos, como temos em Hong Kong ou no Japão, por exemplo, mas há países em pior situação, como a Índia, que é um caso extremo com as mais altas taxas para produtos de luxo, mas é um grande mercado cobiçado por todos.

O Brasil então não está em uma situação extrema, mas nós aplicamos uma boa política de preços já que é um país tão próximo. Penso que é um país com um potencial muito bom e, em caso de seu governo decidir-se pela queda das taxas, ficaremos muito felizes e nossos clientes também.


R&R: Qual sua opinião sobre a mídia internet?

SM: Internet é uma nova realidade. Mas depende do uso que se faça dela. Como fonte de informação, penso que seja excelente. Algumas marcas estão começando a fazer negócios, vendendo relógios pela internet. Meu “feeling” pessoal, ao menos para a Girard-Perregaux, é de que é muito cedo para falarmos nisto. Mesmo porque nossos clientes gostam de comprar relógios em um ambiente especial. Sim, certamente alguns deles seriam atraídos por preços especiais, mas não estou certo de que se teriam preços mais baixos se os relógios fossem vendidos oficialmente. Esta é a razão pela qual estamos desenvolvendo boutiques exclusivas ao redor do globo, bem como revendedores multimarcas, onde se encontram vendedores e gerentes experientes e bem informados. Pela internet, acaba um pouco da magia da compra de um relógio.

Talvez dentro de alguns anos, bens como barcos e relógios venham a ser comprados pela internet, mas por enquanto acho muito cedo para isto.


R&R: Hoje, a maioria das marcas que vendem oficialmente relógios pela internet são empresas com produção em massa, que tem uma diferente abordagem…

SM: É outra abordagem e esta é uma razão adicional para marcas topo de gama não o fazerem. O potencial cliente ficaria confuso com uma abordagem similar no mercado. A Girard-Perregaux é uma marca de nicho. No caso de um novo cliente conhecer a marca por uma mídia normalmente associada ao mercado de massa – falo sobre venda, não informação – ele terá uma opinião errada sobre a marca. Mas as coisas podem mudar dentro de alguns anos.


R&R: O Senhor gostaria de enviar uma mensagem para os leitores de Relógios & Relógios no Brasil?

SM: Como mencionei anteriormente, penso que os clientes brasileiros são bastante sofisticados, e temos tido um retorno muito bom de colecionadores extremamente experientes na relojoaria. Certamente nossa marca, como uma das principais marcas da Alta Relojoaria em termos de complicações, tem um futuro interessante no Brasil. Nos ajuda muito o fato de nosso design ser muito apreciado por colecionadores brasileiros.

Pessoalmente estou muito confiante no trabalho da Bay Distributors, responsável pelo mercado brasileiro. A história da Girard-Perregaux tem uma conexão profunda com a América Latina, e nós realmente gostaríamos de melhorar nosso desempenho de vendas em seu mercado e nos de seus vizinhos.


R&R: Muito obrigado por seu tempo e atenção dispensados a Relógios & Relógios.

SM: Eu que agradeço. Acredito que esta tenha sido minha primeira entrevista à mídia brasileira. Foi um grande prazer recebê-lo.


R&R: O prazer foi meu. Muito obrigado.
 
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