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FórumRelógios & Relógios

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Tópico: Coleções ou Manias? Velha crônica sobre relógios....
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18/12/09 - 21:15
  Quote  #1
Mensagem por Mac1969
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Prezados, fora relógios tenho um outro hobbie que é escrever crônicas e, vasculhando nos meus arquivos, encontrei esta que acredito que caiba perfeitamente neste forum. Espero que gostem....



Coleções ou Manias?

Sábado, acordo cedo. Muita coisa acumulada da semana a fazer. Um banho rápido combinado com um café forte me põe em pé. Ligo o computador e antes de começar escolho calmamente qual o relógio que irei usar neste dia nublado. Opto por um Tissot Automático Incabloc 1974. Com ele devidamente alinhado no pulso começo o trabalho.

Dotado de apenas um pulso esquerdo não consigo usar mais de um relógio de cada vez. Apesar disso tenho relógios suficientes para abastecer um micro ônibus cheio de gente.

Coleções ou manias? O que leva um ser humano a acumular itens de uma mesma categoria? Racionalmente o ato de colecionar é um desperdício enorme de tempo e dinheiro.

Tenho certeza que todos já colecionaram algum item em alguma fase da vida. Quando crianças, pedrinhas do pátio da escola, antes da adolescência, álbuns de figurinha, tampinhas de garrafa, quando jovens, entrada de show de rock, flâmulas de time de futebol, latas de cerveja de vários tipos. Já não tão jovem, canetas antigas, relógios e, para alguns, carros.

A graça em colecionar não é apenas em acumular itens em ações solitárias, o que vale é a interação com pessoas que compartilham a mesma paixão e interesse no assunto. Trocar algo que já não interessa por algo mais raro ou inusitado. Voltamos a ser crianças nos pátios de colégios trocando figurinhas.

Não importa quantos itens já compõe uma coleção, ela nunca será completa. No momento estou atrás de um alemão a corda, quem sabe mês que vem consiga finalmente um Tissot PRS516 e, um dia, um IWC Aquatimer.

Para os olhos de um leigo, nós somos eternos insatisfeitos, nunca plenamente contentes com uma aquisição, sempre discutindo onde conseguir novas peças. Esta é a graça de uma coleção. Uma novela sem fim sempre sem saber as cenas dos próximos capítulos.

O que leva um ser humano racional a manias como estas? Qual a justificativa para isto? Não sou psiquiatra para analisar o cérebro humano de um colecionador, mas, acredito que qualquer coleção é o tempero na salada que é nossas vidas.

O tempo melhora, de nublado a ensolarado. Levanto calmamente, tiro o Tissot do pulso e resolvo por um Alemão Aviador. Me parece mais apropriado para o resto do dia.


[ ] ´s



 
19/12/09 - 01:24
  Quote  #2
Mensagem por Windsurfer
Local: Maceió
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O que leva um ser humano racional a manias como estas? Qual a justificativa para isto? Não sou psiquiatra para analisar o cérebro humano de um colecionador, mas, acredito que qualquer coleção é o tempero na salada que é nossas vidas.

Taí uma boa pergunta!

Eu acho que o ser humano, mais particularmente o sexo masculino, é "movido" a conquistas. Conquistas materiais, conquistas emocionais, conquistas espirituais. Conquistas representam "troféus", representam nosso poder de angariar coisas, satisfazem nosso ego, diria até que alimentam nossa auto-estima.

Eu desde muito cedo sempre gostei de relógios. Lembro que na infância em São paulo (fins dos 60's e início da década de 70) não tínhamos muitas condições; via meus pequenos amigos mais abastados usando Seikos, Citizens e Orients, então eu desenhava relógios em cartolinas, cortava e colava no pulso. Riam de mim até, mas não sentia raiva, sabia que não podia ter o que eles tinham e tudo bem.

Antes do meu primeiro relógio "de verdade", ganhei relógios muito baratos, de plástico; lembro até de um que era "digital mecânico", isto mesmo, os números eram em roletezinhos. Enfim em 1974 ganhei um Orient nos moldes do que comprei há duas semanas, o 469WA3, e com ele fiquei até 1980 pois que quebrou em brigas de rua e não teve mais jeito. Passei a trabalhar e fui comprando vários Casio simples na Galeria Pajé. Gostava muito dos digitais, mas tb me maravilhava com os Omega que vendiam na Rua Direita. E fui indo assim até 2006, quando comprei meu primeiro Citizen Windsurfer, que foi roubado neste ano. Após alguns meses ganhei outro Windsurfer (o do avatar) e conservo-o como uma jóia.

Interessante que de uns meses pra cá voltou minha "fixação" e como havia dito antes, comprei o Orient automático e tô querendo mais e mais, penso num Citizen Super Chronograph JY8000-50E, num Orient automático 300m 469SS039, num Tissot MotoGP e obviamente tb em Omegas e Longiness, ma$$$... Esperança é a última que morre, mesmo sendo calibre 611 rsrss

Abração a todos e tenham um ótimo final de semana!

 
19/12/09 - 09:16
  Quote  #3
Mensagem por Mac1969
Local: em movimento.......
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Windurfer, concordo com você!!!

Mas uma coisa é certa, somos eternos insatisfeitos, sempre querendo mais um relógio!!!

[ ] ´s
 
19/12/09 - 18:38
  Quote  #4
Mensagem por Terral
Local: Jundiaí
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Muito boa a cronica Marcelo.


Mande outras assim que tiver.


Abraços.

Terral

 
19/12/09 - 21:35
  Quote  #5
Mensagem por Dinilson
Local: Recife
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muito interessante e instigante o tópico. Realmente, as coleções, para homens maduros com a maioria de nós (?) nos dá um prazer que eu diria saudável, para o desgosto ou no máximo a condescendência de nossas esposas. Além dos relógios - uns poucos - posso dizer que coleciono cds de música clássica e livros. Meus primeiros relógios...o que daria para tê-los de novo em meu pulso...Orients. Quando criança só havia duas marcas para consumo Orient e Seiko, a primeira mais barata e fácil de encontrar. Os Technos - "o suíço mais pontual do mundo" - eram caros: sonho de consumo. Não conhecia marcas suíças, talvez a Mido. Meus primeiros relógios eram então, Orients automáticos, meados da década de 70. Direto do porto de minha cidade. Na loja era mais caro. Meu tio, falecido há anos, providenciou. Orient três estrelas. Um pensamento que as vezes me incomoda: que relógio usava meu saudoso pai naquela época?
 
20/12/09 - 12:20
  Quote  #6
Mensagem por Mac1969
Local: em movimento.......
Cadastro: 29/11/09
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Terral, obrigado!!! Mando sim.

Dinilson, tenho uma saída ótima para esposas quando críticam coleções de relógios, ainda bem que não colecionamos carros!!!!

[ ] ´s
 
20/12/09 - 20:34
  Quote  #7
Mensagem por TissotAutomatic
Local: Brasil
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Posts: 312
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Encontrei na net...

O hábito de colecionar coisas, mesmo que não tenham qualquer utilidade à primeira vista, é um hábito comum entre crianças e adultos, tanto em sociedades modernas como primitivas. Tal hábito também é descrito em outras espécies. O hábito de estocar comida é descrito em pelo menos 12 famílias de pássaros, 21 famílias de mamíferos e vários tipos de insetos. E o hábito de colecionar não é restrito à comida. Alguns tipos de pássaros costumam juntar objetos metálicos e coloridos e hamsters preferem juntar contas de vidro a juntar comida.
A estocagem de alimento faz todo sentido do ponto de vista de adaptação das espécies como forma de preparação para tempos de vacas magras. Entre os humanos, o comportamento de colecionador pode representar esse mesmo instinto arcaico, e é difícil pensar em alguém que nunca tenha colecionado nada durante a vida. As coleções podem ser justificadas pelo valor estético e emocional dos objetos, e até mesmo pelo valor material mesmo, como é o caso de obras de arte.
O fato é que em algumas situações o comportamento de colecionador não traz nenhuma dessas justificativas anteriores e pode representar um sintoma patológico. Nessa situação o indivíduo coleciona exageradamente, de forma indiscriminada, e tem muita dificuldade de se desfazer das “quinquilharias”. Nesses casos, é mais comum a coleção de objetos que podem ser facilmente obtidos, e após a aquisição eles são deixados de lado. O interesse pelos objetos volta a acontecer quando outra pessoa ameaça dar um fim na coleção. O ato de colecionar é um fim em si mesmo, comportamento semelhante ao dos roedores, que acumulam por acumular, independentemente se suas reservas estão em alta ou em baixa.
Várias doenças neuro-psiquiátricas podem estar associadas a um comportamento de colecionador patológico, como é o caso do transtorno obsessivo-compulsivo, autismo, esquizofrenia, síndrome de Tourette e diferentes tipos de demência. Estudos recentes têm demonstrado que lesões ou alterações no funcionamento de regiões frontais do cérebro, especialmente do lado direito, estão associadas ao comportamento de colecionador patológico. É como se essa região do cérebro funcionasse como freio para o instinto arcaico de acumular por acumular, que tem origem em outras regiões do cérebro como o sistema límbico, um dos maestros de nosso comportamento. Talvez as crianças ainda não tenham esse freio bem desenvolvido, pois se dependesse delas, elas teriam todos os modelos de brinquedos disponíveis no mercado. Consumismo pode não ser o melhor nome para isso.    
Num extremo podemos imaginar o colecionador comum e “saudável” que tem toda a obra de seu escritor predileto, e já leu boa parte dos livros que comprou. No outro extremo está o indivíduo que começa a guardar em casa quilos e quilos de objetos sem utilidade que deveriam estar num ferro velho. Entre os dois extremos, estariam aquelas pessoas que lêem ou consultam apenas uma mísera parte dos livros que compra, mulheres que têm um quarto em casa só para guardar a coleção de centenas de sapatos, pessoas que já têm uma respeitável “coleção” de dinheiro suficiente para sustentar três gerações, mas continuam a trabalhar 18 horas por dia pelo prazer de ver sua coleção aumentando…
 
20/12/09 - 22:25
  Quote  #8
Mensagem por Mac1969
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Bom, por esta análise posso me considerar saudável, rsss, uso todos os meus relógios (Menos um Omega Seamaster antigo, muito pequeno, some no meu pulso)!!!!

[ ] ´s
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