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Girard-PerregauxO Escapamento Constante Girard-Perregaux

05 de abril de 2013
Verdadeira revolução técnica que suscitou a admiração dos conhecedores quando foi apresentada em protótipos de um mecanismo inovador, o escape constante (Echappement Constant) agora é integrado aos movimentos dos novos modelos da coleção Alta Relojoaria da Girard-Perregaux.




Resultado de cinco anos de pesquisa e desenvolvimento, seu nome evoca uma das figuras históricas da Maison, Constant Girard-Perregaux, e também se refere a um "santo graal" da relojoaria mecânica, que sempre desafiou os criadores: a força constante. A Girard-Perregaux buscou obtê-la com um abordagem inovadora.

O conceito apresentado na forma de um mecanismo funcional era surpreendente, promissor e poético: o desenho tinha a leveza e a graça das asas de uma borboleta.

Contudo, não se tratava de fazer algo pelo amor à arte, mas sim de fornecer uma resposta nova e convincente à eterna preocupação dos relojoeiros: a precisão e a regularidade de marcha de um relógio mecânico.

Para apreciar o que está em jogo, e compreender o alcance da inovação, é necessário recordar algumas noções básicas. No coração do relógio mecânico reina o órgão regulador, que regula o fluxo da energia recebida do tambor para impulsionar o trem de engrenagens e a velocidade de rotação dos ponteiros. A imagem clássica é a da torneira que regula o fluxo da água.

Na realidade, não é o ritmo das batidas deste coração que é decisivo, a frequência escolhida, mas sim a sua regularidade. A dança pode ser em três, quatro, ou até mesmo mil tempos; o essencial é que ela mantenha o seu ritmo até o final.

Foram utilizados inúmeros sistemas antes que se impusesse aos relógios de pulso o famoso escape de âncora suíço, de forma quase unânime. Contudo, ele possui um defeito: apenas cede ao balanço a energia que recebe do tambor, a qual diminui com o passar do tempo. Esta energia que define a precisão cronométrica é demasiado forte no início, e insuficiente no final. Uma curva, que incomoda e exaspera os relojoeiros, ilustra o fenômeno: a da amplitude, ou seja, o ângulo de rotação de um balanço ou de um pêndulo, que diminui ao final do período.

O princípio de um escape de força constante consiste no escape fornecendo uma energia constante ao regulador (balanço), independentemente da energia do tambor. Para realiza-lo, a ideia genial foi integrar ao escape um dispositivo intermediário, com uma lâmina de uma extrema finura que acumula a energia além um limite próximo à instabilidade, que é sempre o mesmo, logo a transmitindo completa e instantaneamente, antes de iniciar nova e incansavelmente.

A inspiração veio de uma experiência que qualquer um pode fazer, como fez o inventor, segurando entre o polegar e o indicados um cartão de visitas, verticalmente, curvando-o para formar um "C" ou parênteses aberto. Se exercer uma pressão lateral, sentirá uma resistência até o ponto de um "clac". O cartão se volta bruscamente para o outro lado, em uma posição simétrica, parênteses fechado.

O fenômeno de instabilidade se conhece com o nome de flambagem, que é o passagem do estado de compressão ao de flexão. Os especialistas em molas falem, assim, de lâminas flambadas. Aqui, a lâmina de silício de 14 micra tem a dimensão de um sexto da espessura de um fio de cabelo. Ela tem a função de um micro-acumulador de energia. Esta lâmina é flexionada até um ponto o mais próximo possível de seu estado instável, e necessita de uma quantidade ínfima de energia - um micro-impulso dado pelo balanço (menos perturbador que em um escape de âncora) - para que passe de um estado a outro, aproveitando este movimento para relançar o balanço e compensar a energia variável do tambor, liberando a cada vez a mesma quantidade de energia.

Ao contrário de outros sistemas que oferecem uma força constante média ao longo do tempo, este se trata de um autêntico escape de força constante, com força instantânea e contínua. Além disso, ele é mensurável através de testes de laboratório.

Os projetistas escolheram uma construção dupla e simétrica por uma questão de equilíbrio de forças no centro do balanço, de forma a evitar uma concentração de restrições neste lugar e garantir assim um ponto de rotação completamente livre.

A lâmina é solidária a uma armação que a apoia em ambas as extremidades e desempenha um papel decisivo no travamento extremamente preciso do ponto de contato no qual se exercerá o micro-impulso que a fará flambar instantaneamente. Por trás de um princípio relativamente simples se esconde a exigência de uma precisão absoluta na construção, que teria sido impossível antes da utilização do silício e a chegada de novas técnicas de fabricação dos componentes, como o gravação profunda (DRIE). A colaboração com o CSEM (Centro Suíço de Eletrônica e Micro-técnica) em Neuchâtel foi determinante. Sendo aqui os conhecimentos da teoria relojoeira não aplicáveis, os físicos especialistas levaram a cabo cálculos complexos para determinar as características da lâmina, pois o ponto de flambagem depende de múltiplos fatores. Ao final, a estrutura do dispositivo que compreende a lâmina é monolítica. Esta aparenta levitar e não sofre efeitos de atrito, salvo no momento do impulso e da flexão da lâmina. A transmissão da energia da lâmina de volta para o balanço é direta.

Como a lâmina é o elemento chave do Escapamento Constante, sua vibração natural governou a escolha da frequência: 3 Hz (21.600 alternâncias por hora) para que a magia ocorra. Mas o futuro permanece aberto, pois outros testes têm sido efetuados com outras frequências. Contudo, o desafio aqui não se trata de altas frequências.

As duas rodas de escape não se parecem em nada com as de um escape de âncora. A roda tem 3 dentes para uma frequência de 3 Hz e precisaria de 4 para passar a 4 Hz. O movimento foi desenhado para uma autonomia de vários dias com uma indicação da reserva de marcha no mostrador, o que demonstra a eficácia deste escape ao longo do tempo. A energia é fornecida por dois tambores acoplados em paralelo, com um desenho novo, objeto de um registro de patente: a tampa e a rochê são uma peça única para maximizar a altura disponível e cada tambor contém duas molas superpostas em série. O comprimento total das molas principais é de 3 metros. Outras duas patentes foram depositadas, uma pela lâmina, em 2008, a outra pela integração de limitadores no sistema flexível.

Embora o silício tenha sido o material escolhido por suas propriedades ideais no desenho e na fabricação da lâmina, outros materiais podem ser utilizados nas rodas de escape, enquanto que os platinas do movimento são de latão, revestido de PVD negro para um toque contemporâneo. A estética do movimento é técnica, tridimensional e conjuga também tradição com referências a símbolos da Marca, como as famosas três pontes dispostas de maneira inédita no lado do mostrador, enquanto no verso há duas pontes em flecha.

Em um toque final, este movimento revolucionário antecipa o serviço pós-venda desde sua construção: todo o escape é um módulo, e pode ser confiado a um relojoeiro especializado.


Primeiro modelo da coleção Escapamento Constante

Para abrigar este movimento de exceção, com um escape original e inovador, a caixa deveria estar à altura deste feito de engenharia, para realçá-lo, sem escondê-lo.

Ao inaugurar a coleção de Alta Relojoaria Escapamento Constante, o primeiro modelo equipado com o dispositivo se destaca por um desenho resolutamente técnico e contemporâneo, com uma evocação dos códigos da Marca e sua tradição criativa. O movimento é abrigado em uma cômoda caixa redonda de 48 mm em ouro branco com lateral curvada.

Para oferecer o máximo de visibilidade ao escape, com sua armação na forma de asas de borboleta e a lâmina vibrante no seu eixo médio, as horas e os minutos ocupam um submostrador descentrado às doze horas. Este submostrador é ladeado pelos dois depósitos de energia que constituem os tambores duplos. De forma linear, a reserva de marcha é indicada às 9 horas.

Toda a parte inferior do relógio é reservada ao escape constante, para o qual convergem todas as atenções e que ocupa brilhantemente o primeiro plano, batendo à frequência de 3 Hz ou 21.600 alternâncias por hora. Sob o cristal de safira com tratamento antirreflexos, são vistas também as três pontes emblemáticos da Girard-Perregaux, que cumprem seu papel estrutural em uma disposição original.

Este calibre de corda manual possui apenas 8 mm de espessura, enquanto que a caixa que o abriga tem 14,63 mm. O fundo de safira aberto, fixado por 6 parafusos, permite admirar, sob outro ângulo, a extraordinária construção tridimensional de um movimento de exceção.

Com uma pulseira de couro de aligátor costurada à mão e um fecho de báscula, o modelo será proposto em uma edição não limitada, dentro da coleção Alta Relojoaria da Girard-Perregaux.


Girard-Perregaux Escape Constante - Características técnicas


Caixa

Caixa em ouro branco com cristal safira antirreflexos
Diâmetro de 48 mm
Aro acetinado, circular, interior acetinado
Vidro de safira antirreflexos convexo
Coroa de ouro branco com logomarca GP gravada
Mostrador prateado granulado com apliques rodiados
Ponteiros do tipo Dauphine
Fundo em safira, fixado por 6 parafusos, todas as inscrições gravadas à mão
Estanqueidade a 30 metros

Movimento

Movimento Girard-Perregaux Calibre MVT-009100-0007
Mecânico de corda manual
Calibre de 17½ linhas
Frequência de 21.600 aph (3 Hz)
Reserva de marcha de aproximadamente uma semana
271 componentes 28 rubis
Funções de horas, minutos, segundos centrais, reserva de marcha linear

Pulseira

Couro de aligátor preto, fecho de báscula

Referência 93500-53-131-BA6C


Quando a Girard-Perregaux mudou o som do tempo

A amplitude, a precisão e a frequência dos relógios mecânicos são medidas ao se analisar o som do movimento. O tique-taque dos relógios mecânicos (o som produzido pelos dois rubis golpeando os dentes de aço da roda do escape de âncora Suíço) é reconhecido e analisado por meio de dispositivos eletrônicos.

Com a arquitetura revolucionária do escape constante, os dispositivos são totalmente inoperantes, o que faz necessário o uso de câmaras de laser para medir a precisão do movimento.


CSEM, um parceiro em inovação

O CSEM, Centre Suisse d' Electronique et de Microtechnique (Centro Suíço de Eletrônica e Microtecnologia), oferece seus conhecimentos técnicos e a experiência em fabricação a seus parceiros, explorando as tecnologias mais avançadas para oferecer novas soluções integradas. É o companheiro ideal para complementar a perícia e a experiência relojoeira da Girard-Perregaux, especialmente na fabricação de alta precisão, 3D e microcomponentes de silício.

O silício possui as características ideais para o dispositivo - nenhum outro material poderia ser utilizado no Escape Constante. Tem propriedades particularmente conhecidas, incluindo algumas essenciais para tornar realidade o conceito do Escape Constante da Girard-Perregaux.

O método de gravação iônica reativa para a produção dos componentes de silício, torna possível a fabricação de formas muito complexas com grande precisão, o que proporciona uma grande liberdade no desenho.

O silício é leve e não magnético. Possui um excelente coeficiente de atrito e não requer nenhum lubrificante. Finalmente, tem um alto limite elástico e não apresenta efeito de fatiga.
 
O escape constante
O tambor de corda
Roda "clique"
A roda de escape
Diferencial esférico

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